O
espaço universal é, segundo Galileu, infinito
1.
O Universo é o conjunto de tudo o que existe e não é obra do homem. O Universo
- ensina o Espiritismo - é obra de Deus e dele faz parte o próprio homem, ser
pensante e racional, mas que é apenas uma criatura, um filho do Criador. No
Universo há que considerar desde logo o espaço, que é a extensão onde tudo
existe, e, ligado ao espaço, é preciso considerar ainda o tempo. Espaço e
tempo, em termos universais e em relação a Deus, têm as dimensões do infinito e
da eternidade.
2.
É isso que nos ensina a Doutrina Espírita, conforme podemos ler na questão 35
de “O Livro dos Espíritos”: “O espaço universal é infinito ou limitado? R.:
Infinito. Supõem-no limitado: que haverá para lá de seus limites? Isto te
confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de
outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina
esfera em que vos achais que podereis compreendê-lo.”
3.
Por infinito devemos entender “o que não tem começo nem fim: o desconhecido”,
tal como afirmaram os Espíritos Superiores no questão 2 de “O Livro dos
Espíritos”. No cap. VI de “A Gênese”, de Allan Kardec, o Espírito de Galileu,
valendo-se da mediunidade de Camille Flammarion, trata do assunto.
4.
Eis nos itens seguintes, de forma resumida, o que Galileu escreveu sobre o
espaço e sua infinitude.
5.
Espaço é uma dessas palavras que exprimem uma ideia primitiva e axiomática, de
si mesma evidente, e a cujo respeito as diversas definições que se possam dar
nada mais fazem do que obscurecê-la. Todos sabemos o que é o espaço e apenas
queremos firmar que ele é infinito.
6.
Dizemos que o espaço é infinito pela simples razão de ser impossível imaginares-lhe
um limite qualquer e porque, apesar da dificuldade que temos para conceber o
infinito, mais fácil nos é avançar eternamente pelo espaço, em pensamento, do
que parar num ponto qualquer, depois do qual não mais encontrássemos extensão a
percorrer.
Deus
semeou mundos por toda a parte no espaço infinito
7.
Para figurarmos a infinidade do espaço, suponhamos que, partindo da Terra para
um ponto qualquer do Universo, com a velocidade prodigiosa da centelha elétrica
([1]), e que, havendo percorrido milhões de léguas ([2]) desde que deixamos o
globo, nós achamos num lugar donde apenas o divisamos sob o aspecto de pálida
estrela. Passado mais algum tempo, seguindo sempre a mesma direção, chegamos a
essas estrelas longínquas que mal percebemos de nossa estação terrestre. A
partir de certo momento, não só a Terra nos desaparece inteiramente ao olhar,
como também o próprio Sol com todo o seu esplendor.
8.
Animados sempre da mesma velocidade, a cada passo que avançamos na extensão,
transpomos sistemas de mundos, ilhas de luz etérea, estradas estelíferas,
paragens suntuosas onde Deus semeou mundos na mesma profusão com que semeou as
plantas nas pradarias imensas.
9.
Ora, há apenas poucos minutos que caminhamos e já centenas de milhões de
milhões de léguas nos separam da Terra, bilhões de mundos nos passaram sob as
vistas e, entretanto, em realidade, não avançamos um só passo que seja no
Universo.
10.
Se continuarmos durante anos, séculos, milhares de séculos, milhões de períodos
cem vezes seculares e sempre com a mesma velocidade do relâmpago, nem um passo
igualmente teremos avançado, qualquer que seja o lado para onde nos dirijamos e
qualquer que seja o ponto para onde nos encaminhemos, a partir deste grãozinho
invisível donde saímos e a que chamamos Terra. Eis aí o que é o espaço!
11.
Vista a lição do Espírito de Galileu sobre o espaço, vejamos agora o tempo,
que, segundo Kardec, “é a sucessão das coisas” e está ligado à eternidade, do
mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.
O
tempo existe por causa dos movimentos celestes
12.
O tempo - adverte Hermínio C. Miranda - é apenas uma medida relativa de
sucessão das coisas transitórias. A eternidade não é suscetível de medida
alguma, do ponto de vista da duração, porque para ela não há começo nem fim: tudo
lhe é presente.
13.
O espaço existe por si mesmo, mas se passa o contrário com relação ao tempo. Se
é impossível supor a supressão do espaço, não é assim com relação ao tempo. O
tempo, assevera Camille Flammarion, é criado pela medida dos movimentos celestes.
Se a Terra não girasse, nem astro algum, se não houvesse sucessão de períodos,
não existiria o tempo. Foi a Astronomia que nos permitiu determiná-lo.
Suprimido o Universo, continuará a existir o espaço, mas o tempo cessará,
desvanecer-se-á, desaparecerá.
14.
Albert Einstein descartou-se do conceito de tempo absoluto – um fluxo
universal, inexorável de tempo, firme, invariável, que corre de um passado
infinito para um futuro infinito. Muito da obscuridade que envolve a Teoria da
Relatividade procede da relutância do homem em reconhecer que o senso do tempo,
como o senso da cor, é uma forma de percepção.
15.
Assim como não há cor sem olhos para observá-la, de igual forma, uma hora ou um
dia nada são sem um evento que os assinale. Como o espaço é simplesmente uma
ordem possível de objetos materiais, o tempo é simplesmente uma ordem possível
de eventos.
16.
O tempo seria, então, um conceito meramente subjetivo; estaria exclusivamente
na dependência de um observador para apreciá-lo em determinado ponto e,
portanto, inescapavelmente subordinado à relatividade de sua posição quanto a
tudo o mais no Universo que o cerca.
Respostas
às questões propostas
1.
Como podemos definir o Universo? R.: O Universo é o conjunto de tudo o que
existe, e não é obra do homem, que dele também faz parte.
2.
Quem, segundo o Espiritismo, é o autor do Universo? R.: Segundo o Espiritismo,
o autor do Universo é Deus.
3.
O espaço universal é limitado ou infinito? R.: Conforme aprendemos na questão
35 de “O Livro dos Espíritos”, o espaço universal é infinito.
4.
Como definir o tempo? R.: O tempo é a sucessão das coisas e está ligado à
eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. O tempo é
uma medida relativa de sucessão das coisas transitórias.
5.
Podemos dizer que o tempo é, do mesmo modo que o espaço, uma coisa objetiva?
R.: Não. O tempo é um conceito meramente
subjetivo. Depende da existência de um observador para apreciá-lo em
determinado ponto e encontra-se, portanto, inescapavelmente subordinado à
relatividade de sua posição quanto a tudo o mais que o cerca.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 2, 3, 13 e 35.
A
Gênese, de Allan Kardec, cap. VI.
Sonhos
Estelares, de Camille Flammarion, FEB, p. 97.
A
Memória e o Tempo, de Hermínio C. Miranda, Edicel, p. 28.
[1]
A velocidade da luz foi medida no século XIX. No vácuo, ela é de 300 mil km por
segundo. Na água, sua velocidade cai para 225 mil km por segundo.
[2]
Légua é uma antiga unidade brasileira de medida itinerária, equivalente a 3.000
braças, ou seja, 6.600 metros.
Tudo evolui
no Universo, exceto Deus, que é e sempre foi perfeito e imutável. Do átomo ao
arcanjo tudo obedece à lei inexorável do progresso. O instinto nos conduz às
sensações, das sensações avançamos para as emoções, as emoções amadurecem rumo
aos sentimentos, dos sentimentos o amor sublimado é a forma mais perfeita. Mas
se as individualidades espirituais evoluem, também as coletividades espirituais
progridem, e com elas suas casas planetárias.
Allan Kardec
classificou os mundos habitados em cinco categorias: mundos primitivos, de
expiações e provas, regeneradores, felizes, celestes ou divinos.
Segundo
estamos informados pela espiritualidade superior, desde o advento do
Espiritismo, a Terra vivencia um importante momento de transição evolutiva no
conserto dos mundos. Deixará, no presente milênio, a condição de mundo de
provas e expiações, transformando-se em mundo de regeneração. Não estaria
também aí mais uma possível interpretação, mais profunda, para as seguintes
palavras de Jesus? `` E disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse,
e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos´´. Não seria o terceiro milênio
(terceiro dia) o período planetário em que o Cristo ressuscitaria nos corações
humanos, promovendo a grande regeneração? Não esteve o Filho do Homem morto no
seio da terra, durante os dois milênios em que corrompemos e deixamos de viver
a sua verdadeira mensagem?
Nesse
contexto, inúmeros eventos se processam promovendo mudanças, quebrando
paradigmas, reconstruindo conceitos, renovando consciências. O planeta Terra, à
semelhança de um ser vivo, dá sinais de grande perturbação através de
maremotos, terremotos, enchentes e mudanças climáticas radicais, demonstrando
vivenciar um quadro doloroso ante a indiferença, o descuido e a ambição da
espécie humana.
Do plano
espiritual, chegam-nos importantes notícias sobre o que se processa nos
ambientes extrafísicos do planeta: esvaziamento das zonas umbralinas através da
reencarnação de grandes coletividades de espíritos bárbaros e primitivos, a fim
de vivenciarem sua última oportunidade de progresso no orbe terrestre; exílio
para planetas primitivos de muitos espíritos renitentes no mal; encarnação na
Terra de espíritos mais esclarecidos, vindos de outros mundos ou dimensões, que
promoverão grande progresso nos campos científicos, tecnológico, artístico e
principalmente moral da vida terrestre.
Alguns
espíritos já afirmaram que a partir da segunda metade do século 21, somente
espíritos propensos ao bem poderão renascer na Terra, consolidando o início do
período de grande regeneração da coletividade humana.
``São
chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que
grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade (A
Gênese, cap. 18 - item 1). Em que
sentido se devem entender essas palavras proféticas? Para os incrédulos,
nenhuma importância tem; aos seus olhos, nada mais exprimem que uma crença
pueril, sem fundamento. Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer
coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadoras da subversão
das leis da Natureza. São igualmente errôneas ambas essas interpretações; a
primeira porque envolve uma negação da Providência; a segunda porque tais
palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento
dessas leis´´.
``Isto
posto, diremos que o nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei
do progresso. Ele progride fisicamente, pela transformação dos elementos que o
compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados
que o povoam. Ambos esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o
melhoramento da habitação guarda relação com o do habitante´´. (Cap. 2)
Após tais
informações, a Humanidade já vivenciou duas grandes guerras mundiais, inúmeras
crises e conflitos, e na atualidade ainda sofre com a presença da violência
pulverizada em toda a sociedade, com a injustiça social, a prostituição, a
fome, epidemias e pandemias, terremotos e maremotos avassaladores, e outros
tantos problemas característicos de um mundo de expiações e provas. Para
muitos, estamos no ``fim do mundo´´, mas à luz da Doutrina Espírita, sabemos
que estamos no ``fim de um mundo´´, de um ciclo evolutivo.
``O velho
mundo estará morto e apenas viverá na História, como estão hoje os tempos da
Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas´´.
Como se não
bastassem tantos eventos dolorosos que tem convidado a espécie humana a rever
os próprios passos, tivemos no início do terceiro milênio o atentado terrorista
que promoveu a desencarnação traumática de inúmeros pessoas, destruindo as
Torres Gêmeas. Mais que um convite à reflexão,
um chamado à revisão de valores... Quais seriam os valores da real
soberania humana? Seriam o dinheiro e as armas? Ou aqueles apresentados há dois
mil nos por Jesus, o Cristo: os valores do amor, da paz, da solidariedade - os
valores do espírito?
Meditemos
sobre esses últimos acontecimentos de nossa sociedade, e verificaremos que,
conforme nos esclarece O Livro dos Espíritos, ``Deus, em sua infinita
sabedoria, consegue retirar de todo mal o bem``, posto que ``muitas vezes se
faz necessário que o mal chegue ao excesso para que verifiquemos a necessidade
do bem e das reformas´´. Reflitamos também sobre a Lei da Destruição, sem nos
esquecermos do alerta superior de Jesus de que ``os escândalos são necessários,
mas ai de quem os promova´´.
A
destruição, que parece aos homens o termo das coisas, não é senão um meio de
atingir, pela transformação, um estado mais perfeito, porque tudo morre pra
renascer, e coisa alguma se torna em nada. A lição é inconteste, a semente
morre para germinar, a tempestade sacode a atmosfera para purificá-la, e nós,
os humanos, passamos pela morte do corpo, para alcançarmos maior liberdade no
mundo espiritual, após cada encarnação bem aproveitada.
Ainda
vivenciamos a dor na Terra como mecanismo de revisão e despertamento consciências,
mas era nova de regeneração ampliará
paulatinamente os horizontes humanos, oportunizando à Humanidade novos caminhos
pra a evolução pelo amor.
Do Livro:
Evolução Pelo Amor (Rossano Sobrinho)
Exilados
de Capela
Dentre
os vários contingentes de exilados trazidos para o planeta Terra, o caso mais
vivo em nossa memória espiritual, talvez por ter sido o mais recente, é o dos
exilados provenientes do sistema de Capela.
Conforme
nos relata Ramatis em "Mensagens do Astral", obra psicografada por
Hercílio Maes, "...temos à disposição em nosso mundo, literatura mediúnica
que cita muitos casos de espíritos expulsos de outros orbes para a Terra, em
fases de seleção entre o "trigo e o joio" ou entre os "lobos e
as ovelhas", fases essas pelas quais tereis em breve de passar, para
higienização do vosso ambiente degradado.
Entre
os muitos casos de exílio que vosso mundo tem acolhido, ocorreram diversos
casos isoladamente (em pequenos contingentes), e bem como emigrações em massa,
como a proveniente do sistema de Capela, as quais constituíram no vosso mundo
as civilizações dos chineses, hindus, hebraicos e egípcios, e ainda o tronco
formativo dos árias. Esse o motivo por que, ao mesmo tempo em que floresciam
civilizações faustosas e se revelavam elevados conhecimentos de ciência e arte,
desenvolvidos pelos exilados, os espíritos originais da Terra mourejavam sob o
primitivismo de tribos acanhadas.
Ombreando
com o barro amassado, das cabanas rudimentares do homem terrícola, foram-se
erguendo palácios, templos e túmulos faustosos, comprovando um conhecimento e
poder evocado pelos exilados de outros planetas."
"No
vosso mundo, esses enxotados de um paraíso planetário constituíram o tronco dos
árias, descendendo dele os celtas, latinos, gregos e alguns ramos eslavos e
germânicos; outros formaram a civilização épica dos hindus, predominando o
gênero de castas que identificava a soberbia e o orgulho de um tipo psicológico
exilado. As mentalidades mais avançadas constituíram a civilização egípcia,
retratando na pedra viva a sua "Bíblia" suntuosa, enquanto a safra
dos remanescentes, inquietos, indolentes e egocêntricos, no orbe original,
fixou-se na Terra na figura do povo de Israel.
Certa
parte desses exilados propendeu para os primórdios da civilização chinesa, onde
retrataram os exóticos costumes das corporações frias, impiedosas e impassivas
do astral inferior, muito conhecidas como os "dragões" e as
"serpentes vermelhas".
Segundo
Edgar Armond na obra "Os Exilados da Capela", "esta humanidade
atual foi constituída, em seus primórdios, por duas categorias de homens, a
saber: uma retardada, que veio evoluindo lentamente através das formas
rudimentares da vida terrena, pela seleção natural das espécies, ascendendo
trabalhosamente da inconsciência para o Instinto e deste para a Razão; homens,
vamos dizer autóctones, componentes das raças primitivas das quais os "primatas"
foram o tipo anterior melhor definido; e outra categoria, composta de seres
exilados da Capela, o belo orbe da constelação do Cocheiro a que já nos
referimos, outro dos inumeráveis sistemas planetários que formam a portentosa,
inconcebível e infinita criação universal."
"Esses
milhões de ádvenas para aqui transferidos, eram detentores de conhecimentos
mais amplos, e de entendimento mais dilatado, em relação aos habitantes da
Terra e foi o elemento novo que arrastou a humanidade animalizada daqueles tempos
para novos campos de atividade construtiva, para o aconchego da vida social e,
sobretudo, deu-lhe as primeiras noções de espiritualidade e do conhecimento de
uma divindade criadora."
"Essa
permuta de populações entre orbes afins de um mesmo sistema sideral, e mesmo de
sistemas diferentes, ocorre periodicamente, sucedendo sempre a expurgos de
caráter seletivo; como também é fenômeno que se enquadra nas leis gerais da
justiça e da sabedoria divinas, porque vem permitir reajustamentos oportunos,
retomadas de equilíbrio, harmonia e continuidade de avanços evolutivos para as
comunidades de espíritos habitantes dos diferentes mundos."
"Por
outro lado é a misericórdia divina que se manifesta, possibilitando a
reciprocidade do auxílio, a permuta de ajuda e de conforto, o exercício enfim,
da fraternidade para todos os seres da criação. Os escolhidos, neste caso,
foram os habitantes de Capela que deviam ser dali expurgados por terem se
tornado incompatíveis com os altos padrões de vida moral já atingidos pela evoluída
humanidade daquele orbe."
"Mestres,
condutores e líderes que então se tornaram das tribos primitivas, foram eles,
os exilados, que definiram os novos rumos que a civilização tomou, conquanto
sem completo êxito."
Vamos
prosseguir neste tópico com informações trazidas por Emmanuel em "A
Caminho da Luz", obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, as quais
nos proporcionam uma rápida idéia de como e em que regiões do planeta foram
organizados os exilados provenientes de Capela.
O
Sistema de Capela
Nos
mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam em seus estudos,
observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação do Cocheiro, que
recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros que
nos são mais vizinhos, Capela é uma estrela inúmeras vezes maior que o nosso
Sol e, se este fosse colocado em seu lugar, mal seria percebido por nós, à
vista desarmada.
Na
abóbada celeste está situada no hemisfério boreal, limitada pelas constelações
da Girafa, Perseu e Lince; e quanto ao Zodíaco, sua posição é entre Gêminis,
Perseu e Tauro. Na sua trajetória pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente,
da sua família de mundos, cantando as glórias do Ilimitado. A sua luz gasta
cerca de 42 anos para chegar à face da Terra, considerando-se, desse modo, a
regular distância existente entre Capela e o nosso planeta, já que a luz
percorre o espaço com a velocidade aproximada de 300.000 quilômetros por
segundo.
Quase
todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente,
examinadas as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se reconforta
com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas de sua
existência, marcham uns contra os outros ao som de hinos guerreiros,
desconhecendo os mais comezinhos princípios de fraternidade e pouco realizando
em favor da extinção do egoísmo, da vaidade, do seu infeliz orgulho.
Um
Mundo em Transições
Há
muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o
globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos
evolutivos. As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas,
como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX,
neste crepúsculo de civilização.
Alguns
milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral,
dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de
piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela
humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus
elevados trabalhos.
As
grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberam, então,
localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra
longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu
ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o
progresso dos seus irmãos inferiores.
Espíritos
Exilados na Terra
Foi
assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba
de seres sofredores e infelizes.
Com
a sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à
edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de
amor, no esforço regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de
luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito da sua
misericórdia e da sua caridade sem limites. Abençoou-lhes as lágrimas
santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e
prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir.
Aqueles
seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos,
não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados
na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos
milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio de raças ignorantes e
primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos sofrimentos distantes. Por muitos
séculos não veriam a suave luz da Capela, mas trabalhariam na Terra acariciados
por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.
A
Civilização Egípcia
Dentre
os Espíritos degredados na Terra, os que constituíram a civilização egípcia
foram os que mais se destacaram na prática do Bem e no culto da Verdade.
Aliás,
importa considerar que eram eles os que menos débitos possuíam perante o
tribunal da Justiça Divina. Em razão dos seus elevados patrimônios morais,
guardavam no íntimo uma lembrança mais viva das experiências de sua pátria
distante. Um único desejo os animava, que era trabalhar devotadamente para
regressar, um dia, aos seus penates (deuses do lar entre os romanos e etruscos
- Derivação:sentido figurado. casas paternas; lares, famílias) resplandecentes.
Uma saudade torturante do céu foi a base de todas as suas organizações
religiosas.
Em
nenhuma civilização da Terra o culto da morte foi tão altamente desenvolvido.
Em todos os corações a ansiedade de voltar ao orbe distante, ao qual se sentiam
presos pelos mais santos afetos. Foi por esse motivo que, representando uma das
mais belas e adiantadas civilizações de todos os tempos, as expressões do
antigo Egito desapareceram para sempre do plano tangível do planeta. Depois de
perpetuarem nas pirâmides os seus avançados conhecimentos, todos os Espíritos
daquela região africana regressaram à pátria sideral.
A
Ciência Secreta
Em
virtude das circunstâncias mencionadas, os egípcios traziam consigo uma ciência
que a evolução não comportava.
Aqueles
grandes mestres da antiguidade foram, então, compelidos a recolher o acervo de
suas tradições e de suas lembranças no ambiente reservado dos templos, mediante
os mais terríveis compromissos dos iniciados nos seus mistérios. Os
conhecimentos profundos ficaram circunscritos ao círculo dos mais graduados
sacerdotes da época, observando-se o máximo cuidado no problema da iniciação.
A
própria Grécia, que aí buscou a alma de suas concepções cheias de poesia e
beleza, através da iniciativa dos seus filhos mais eminentes, no passado
longínquo, não recebeu toda a verdade das ciências misteriosas. Tanto é assim,
que as iniciações no Egito se revestiam de experiências terríveis para o
candidato à ciência da vida e da morte - fatos esses que, entre os gregos eram
motivos de festas inesquecíveis.
Os
sábios egípcios conheciam perfeitamente a inoportunidade das grandes revelações
espirituais naquela fase do progresso terrestre; chegando de um mundo de cujas
lutas, na oficina do aperfeiçoamento, haviam guardado as mais vivas
recordações, os sacerdotes mais eminentes conheciam o roteiro que a Humanidade
terrestre teria de realizar. Aí residem os mistérios iniciáticos e a essencial
importância que lhes era atribuída no ambiente dos sábios daquele tempo.
O
Politeísmo Simbólico
Nos
círculos esotéricos, onde pontificava a palavra esclarecida dos grandes mestres
de então, sabia-se da existência do Deus Único e Absoluto, Pai de todas as
criaturas e Providência de todos os seres, mas os sacerdotes conheciam,
igualmente, a função dos Espíritos prepostos de Jesus, na execução de todas as
leis físicas e sociais da existência planetária, em virtude das suas
experiências pregressas.
Desse
ambiente reservado de ensinamentos ocultos, partiu, então, a idéia politeísta
dos numerosos deuses, que seriam os senhores da Terra e do Céu, do Homem e da
Natureza. As massas requeriam esse politeísmo simbólico, nas grandes
festividades exteriores da religião. Já os sacerdotes da época conheciam essa
franqueza das almas jovens, de todos os tempos, satisfazendo-as com as
expressões exotéricas de suas lições sublimadas.
Dessa
idéia de homenagear as forças invisíveis que controlam os fenômenos naturais,
classificando-as para o espírito das massas, na categoria dos deuses, é que
nasceu a mitologia da Grécia, ao perfume das árvores e ao som das flautas dos
pastores, em contato permanente com a Natureza.
O
Culto da Morte e a Metempsicose
Um
dos traços essenciais desse grande povo foi a preocupação insistente e
constante da Morte. A sua vida era apenas um esforço para bem morrer. Seus
papiros e afrescos estão cheios dos consoladores mistérios do além-túmulo.
Era
natural. O grande povo dos faraós guardava a reminiscência do seu doloroso
degredo na face obscura do mundo terreno. E tanto lhe doía semelhante
humilhação, que, na lembrança do pretérito, criou a teoria da metempsicose,
acreditando que a alma de um homem podia regressar ao corpo de um irracional,
por determinação punitiva dos deuses. a metempsicose era o fruto da sua amarga
impressão, a respeito do exílio penoso que lhe fora infligido no ambiente
terrestre.
Inventou-se,
desse modo, uma série de rituais e cerimônias para solenizar o regresso dos
seus irmãos à pátria espiritual. Os mistérios de Ísis e Osíris mais não eram
que símbolos das forças espirituais que presidem aos fenômenos da morte.
Os
Egípcios e as Ciências psíquicas
As
ciências psíquicas da atualidade eram familiares aos magnos sacerdotes dos
templos. O destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e
dos mundos eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos. O estudo de
suas artes pictóricas positivam a veracidade destas nossas afirmações. Num
grande número de afrescos, apresenta-se o homem terrestre acompanhado do seu
duplo espiritual.
Os
papiros nos falam de suas avançadas ciências nesse sentido, e, através deles,
podem os egiptólogos modernos reconhecer que os iniciados sabiam da existência
do corpo espiritual preexistente, que organiza o mundo das coisas e das formas.
Seus conhecimentos, a respeito das energias solares com relação ao magnetismo
humano, eram muito superiores aos da atualidade. Desses conhecimentos nasceram
os processo de mumificação dos corpos, cujas fórmulas se perderam na
indiferença e na inquietação dos outros povos.
Seus
reis estavam tocados do mais alto grau de iniciação enfeixando nas mãos todos
os poderes espirituais e todos os conhecimentos sagrados. É por isso que a sua
desencarnação provocava a concentração mágica de todas as vontades, no sentido
de cercar-lhes o túmulo de veneração e de supremo respeito. Esse amor não se
traduzia, apenas, nos atos solenes da mumificação. Também o ambiente dos
túmulos era santificado por estranho magnetismo. Os grandes diretores da raça,
que faziam jus a semelhantes consagrações, eram considerados dignos de toda a
paz no silêncio da morte.
As
Pirâmides
A
assistência carinhosa do Cristo não desamparou a marcha desse povo cheio de
nobreza moral. Enviou-lhe auxiliares e mensageiros, inspirando-o nas suas
realizações, que atravessaram todos os tempos provocando a admiração e o
respeito da posteridade de todos os séculos.
Aquelas
almas exiladas, que as mais interessantes características espirituais
singularizam, conheceram, em tempo, que o seu degredo na Terra atingira o fim.
Impulsionados pelas forças do Alto, os círculos iniciáticos sugerem a
construção das grandes pirâmides, que ficariam como a sua mensagem eterna para
as futuras civilizações do orbe. Esses grandiosos monumentos teriam duas
finalidades simultâneas: representariam os mais sagrados templos de estudos e
iniciação, ao mesmo tempo em que constituiriam, para os pósteros (que ainda vai
acontecer; futuro - a geração ou as gerações que vêm depois da de quem fala ou
escreve) um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das
obscuridade do porvir.
Levantaram-se,
dessarte (advérbio - destarte - assim, desta maneira; dessarte) as grandes
construções que assombraram a engenharia de todos os tempos. Todavia, não é o
colosso de seus milhões de toneladas de pedra nem o esforço hercúleo do
trabalho de sua justaposição o que mais empolga e impressiona a quantos
contemplam esses monumentos. As pirâmides revelam os mais extraordinários
conhecimentos daquele conjunto de Espíritos estudiosos das verdades da vida. A
par desses conhecimentos, encontram-se ali os roteiros futuros da Humanidade
terrestre.
Cada
medida tem a sua expressão simbólica, relativamente ao sistema cosmogônico
(relativo ou pertencente a cosmogonia; cosmogenético - conjunto de teorias que
propõe uma explicação para o aparecimento e formação do sistema solar) do
planeta e à sua posição no sistema solar. Ali está o meridiano ideal, que
atravessa mais continentes e menos oceanos, e através do qual se pode calcular
a extensão das terras habitáveis pelo homem, a distância aproximada entre o Sol
e a Terra, a longitude percorrida pelo globo terrestre sobre a sua órbita no
espaço de um dia, a precessão dos equinócios, bem como muitas outras conquistas
científicas que somente agora vêm sendo consolidadas pela moderna astronomia.
Redenção
Depois
dessa edificação extraordinária, os grandes iniciados do Egito voltam ao plano
espiritual, no curso incessante dos séculos. Com seu regresso aos mundos
ditosos da Capela, vão desaparecendo os conhecimentos sagrados dos templos
tebanos, que, por sua vez, os receberam dos grandes sacerdotes de Mênfis.
Aos
mistérios de Ísis e de Osíris, sucedem-se os de Elêusis, naturalmente
transformados nas iniciações da Grécia antiga.
Em
algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, os
antigos degredados, com a sagrada bênção do Cristo, seu patrono e salvador. A
maioria regressa, então, ao sistema da Capela, onde os corações se reconfortam
nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais puras, mas grande
número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, conservou-se nas hostes de
Jesus, obedecendo a sagrados imperativos do sentimento e, ao seu influxo
divino, muitas vezes têm reencarnado na Terra, para desempenho de generosas e
abençoadas missões.
A
Índia
Dos
Espíritos degredados no ambiente da Terra, os que se agruparam nas margens do
Ganges foram os primeiros a formar os pródromos (Uso: formal: o que antecede a
(algo); precursor, prenúncio, antecedente - Ex.: os p. da revolução - 2 espécie
de prefácio; introdução, preâmbulo) de uma sociedade organizada, cujos núcleos
representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir.
As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e
antecederam de muito os agrupamentos israelitas (sempre sofreram as
conseqüências nefastas do orgulho e do exclusivismo), de onde sairiam mais
tarde personalidades notáveis como as de Abraão e Moisés.
As
almas exiladas naquela parte do Oriente muito haviam recebido da misericórdia
do Cristo, cuja palavra de amor e de cuja figura luminosa guardavam as mais
comovedoras recordações, traduzidas na beleza dos Vedas e dos Upanishads. Foram
elas as primeiras vozes da filosofia e da religião no mundo terrestre, como
provindo de uma raça de profetas, de mestres e iniciados, em cujas tradições
iam beber a verdade os homens e os povos do porvir, salientando-se que também
as suas escolas de pensamento guardavam os mistérios iniciáticos, com as mais
sagradas tradições de respeito.
-
O povo hindu não aproveitou como devia as experiências sagradas no orbe
terrestre, embora grandes emissários como CRISNA e BUDA tenham sido mandados em
sua ajuda - Muitos destes encontram-se ainda hoje em sua jornada de redenção no
globo terrestre.
Os
Arianos
Era
na Índia de então que se reuniam os arianos puros, entre os quais cultivavam-se
igualmente as lendas de um mundo perdido, no qual o povo hindu colocava as
fontes de sua nobre origem. Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente
da Lemúria, arrasado em parte pelas águas dos Oceanos Pacífico e Índico.
A
realidade, porém, qual já vimos, é que, como os egípcios e os hindus eram um
dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta. Deles
descendem todos os povos arianos, que floresceram na Europa e hoje atingem um
dos mais agudos períodos de transição na sua marcha evolutiva. O pensamento
moderno é o descendente legítimo daquela grande raça de pensadores, que se
organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dos tempos terrestres, tanto
que todas as línguas das raças brancas guardam as mais estreitas afinidades com
o sânscrito, originário de sua formação e que constituía uma reminiscência da
sua existência pregressa, em outros planos.
Os
Mahatmas
Da
região do Ganges partiram todos os elementos irresignados com a situação
humilhante que o degredo na Terra lhes infligia. As arriscadas aventuras
forneceriam uma noção de vida nova e aqueles seres revoltados supunham
encontrar o esquecimento de sua posição nas paisagens renovadas dos caminhos;
lá ficaram, apenas, as almas resignadas e crentes nos poderes espirituais que
as conduziriam de novo às magnificências dos seus paraísos perdidos e
distantes.
Os
cânticos dos Vedas são bem uma glorificação da fé e da esperança, em face da
Majestade Suprema do Senhor do Universo. A faculdade de tolerar, e esperar,
aflorou no sentimento coletivo das multidões, que suportaram heroicamente todas
as dores e aguardaram o momento sublime da redenção.
Os
"mahatmas" (grandes almas) criaram um ambiente de tamanha grandeza
espiritual para seu povo, que, ainda hoje, nenhum estrangeiro visita a terra
sagrada da Índia sem de lá trazer as mais profundas impressões acerca de sua
atmosfera psíquica. Eles deixaram também, ao mundo, as suas mensagens de amor,
de esperança e de estoicismo resignado, salientando-se que quase todos os
grandes vultos do passado humano, progenitores do pensamento contemporâneo,
deles aprenderam as lições mais sublimes.
Irmãos
de Órion - Transmigrações Interplanetárias
Segundo
pesquisadores, muitos de nós somos esses exilados tentando recuperar o tempo
perdido, portanto caminhemos juntos sempre com a intenção de avanço, mas não só
para o nosso progresso, mas para o de todas as civilizações.
Paz
e Luz nessa caminhada!
Mistérios
Antigos
www.misteriosantigos.com
FONTES:
http://www.oconsolador.com.br/ano2/58/esde.html
http://www.ceismael.com.br/artigo/genese-e-espiritismo.htm
http://www.misteriosantigos.com/exiladoscapela.htm
http://www.espiritismomaringa.com/2014/02/de-que-forma-se-da-progressao-dos.html
casualidade favor entrar em contato - rb.fidelius@gmail.com
http://www.ceismael.com.br/artigo/genese-e-espiritismo.htm
http://www.misteriosantigos.com/exiladoscapela.htm
http://www.espiritismomaringa.com/2014/02/de-que-forma-se-da-progressao-dos.html
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